domingo, 26 de outubro de 2008

02 anos sem você...



Se Adonias Dias dos Santos, "o Kasquete" e eu trocamos 10 palavras durante sua vida, foi muito.
Bom dia!
Como vai?
Até a volta.
As vezes nem isso.
Há pessoas que palavras são desnecessárias.
Nos entendíamos e amávamos mutuamente, meu pai e eu.
A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metálicas.
Era tarde, ouvi a voz da minha irmã chorosa e orfã.
De repente não tinha pai.
Na sala dos professores na minha escola, procurei recompor tua lembrança
depois de tanta ausência.
Fragmentos da infância boiaram do mar de minhas lágrimas.
Vi-me correndo ao teu encontro.
Deste-nos pobreza e amor
A mim me destes a suprema pobreza, o dom da empatia e a capacidade de amar em silêncio.
Foste um pobre,
mendigava nosso amor em silêncio.
Tua morte diferentemente de todas não foi simples.
Dói...
depois sossega
Quando sossegou, lembro-me que a manhã raiava em minha casa
já te havia eu recuperado totalmente
tal como te encontras agora,
vestido de mim.
Não te direis adeus
de vez que acordastes em mim com uma exatidão nunca sonhada.
(versão de um poema de Vinícius de Moraes)

SAUDADES PAPAI...

3 comentários:

Anônimo disse...

Profundo, doído, racional, esperançoso. E bonito. Muito bonito.

Unknown disse...

Amigo, você tem se revelado um nobre escritor, lindo texto!

ASTERACEAE disse...

Regis, sua irmã Viviane fez Biologia em Rio Verde? Se fez fomos colegas e gostaria de reencontrá-la. Meu nome é Katya e estou morando em Mineiros. Se possível passe meu email a ela : ksmiljanic@bol.com.br ou katyasmiljanic@hotmail.com
ficaria muito grata, diga a ela que estou tentando juntar o "quintento do futuro" ela vai se lembrar....